Tensão: o estado de ser esticado ou estender; tensão emocional ou mental; intenso, suspense reprimido, ansiedade, ou excitação; um relacionamento tenso entre indivíduos, grupos, nações, etc. 

Todos nós sabemos como é sentir-se tenso. Pode vir de fora: prazos estourando no trabalho, dificuldades financeiras, estresse na relação com sua esposa ou outra pessoa. Pode também vir de dentro de nós: preocupações, medo, insegurança, expectativas em relação a você mesmo. Certa dose de tensão na vida pode ser útil e até mesmo necessária. Um relógio de corda não funcionará sem tensão em suas molas. A tensão aplicada nas cordas de um violão viabiliza que com ele um som melodioso ou desafinado seja tocado.

Da mesma maneira, um pouco de tensão sadia é necessária nas nossa vida para nos motivar a seguir em frente e conquistar nossas metas.

Entretanto, muitos de nós vivemos com uma dose nada saudável de tensão. Quando enfrentamos tensão excessiva, tanto vinda de fora ou de dentro de nós (ou normalmente uma combinação das duas), nós corremos o risco de sofrer de inúmeros problemas físicos, mentais ou emocionais. Assim como um relógio que está rodando com molas muito apertadas ou um violão com as cordas muito esticadas, nós eventualmente iremos ou esticar ainda mais ou arrebentar caso a tensão seja extrema.

Na nossa passagem de hoje, Paulo descreve tensões externas e internas ao enfrentar a nova igreja em Filipenses e oferece conselho para lidarmos com estas tensões.

A Tensão Externa

A tensão externa advém daqueles aos quais Paulo descreve no versículo 8 como “inimigos da cruz de Cristo”. Dentro do contexto, não parece que estes inimigos estivessem perseguindo a igreja de modo literal (como aqueles que vimos nas cartas de Pedro). Paulo referia-se a uma forma mais sutil de inimigo. Apesar desses inimigos terem sido falsos mestres, que se infiltraram internamente na igreja, eles trouxeram tensão externa, pois, eram, obviamente, cidadãos do mundo e não dos céus. A mente deles estava fixa nas coisas terrenas, e o deus ao qual serviam era seus próprios desejos carnais. Através da influência que possuíam conseguiram influenciar negativamente o coração e mente dos cristãos, dificultando a vivência correta que Deus desejava que tivessem.

A tensão externa, tanto para os Filipenses quanto para nós hoje é um problema de fidelidade. Há pressão advinda do mundo de se adequar a um pensamento ateu, centrado no que é carnal e mundano. No entanto, Paulo relembra os Filipenses que embora estivessem vivendo na terra, a verdadeira cidadania deles estava nos céus. Isto lhes dera uma variada gama de lealdade e objetivos. O mesmo é verdade para nós. Enfrentamos uma pressão social constante para nos adequarmos aos padrões de autogratificação, de ceder à tentação e de imoralidade, que criam tensão com o desígnio de Deus de resistirmos à conformidade e sermos “transformados pela renovação do nosso entendimento.” (Romanos 12 2).

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A Tensão Interna

Paulo aconselhava, através de sua carta aos Filipenses, sobre a tensão interna que ameaçava a unidade da igreja. No capítulo 4 ele especifica e nomeia as partes culpadas – Evódia e Síntique. Não se tem muita informação sobre essa dupla fora o que pode ser inferido desta passagem. Nós podemos presumir que estas mulheres tenham sido essenciais ao ministério de Paulo em Filipenses, foram muito respeitadas e influentes na igreja de lá e estavam, na época, brigando por causa de uma diferença não-doutrinária. (Se tivesse sido uma diferença doutrinária, Paulo a teria corrigido).

Paulo sabia que este tipo de tensão interna entre líderes de uma igreja poderia eventualmente espalhar-se e afetar o corpo inteiro da igreja. Então, basicamente disse “para as garotas” crescerem e descobrirem um jeito de fazerem as pazes. Ele implorou para elas lembrarem de que estavam do mesmo lado e que quaisquer diferenças que acontecessem entre elas deveriam ser consideradas superficiais dentro do contexto do bem maior do Evangelho. Paulo também chamou os outros na igreja para interagirem com estas mulheres e ajudá-las a resolverem sua disputa e trabalharem pelo bem maior.

O quão frequentemente a tensão interna atrapalha a obra do Evangelho? Conflito entre igrejas e até mesmo dentro de igrejas avulsas não tão somente nos desvia de nossa busca da Grande Comissão, mas pode também danificar nosso avanço espiritual. Apesar de sermos chamados, como cristãos, a nos considerarmos parte do mesmo corpo; a tratar uns aos outros com respeito e consideração; e a encorajar uns aos outros, a verdade impressionante é que muitas vezes gastamos muito tempo atacando e cuidando da vida dos outros, que temos pouco tempo, energia e atenção sobrando para lutarmos contra nosso inimigo verdadeiro. Assim como em nosso corpo físico, este tipo de tensão interna traz damos ao corpo de Cristo.

As Soluções Para a Tensão

As soluções sugeridas por Paulo a estas tensões não eram um remédio de efeito rápido aos sintomas imediatos. Porém, acertaram direto no coração do problema para estabelecer uma base saudável em que estes cristãos poderiam reagir a esta e quaisquer outras tensões que viessem a ocorrer. Estas soluções lidavam com o coração e mente dos crentes em vez de cuidarem de seus comportamentos, pois, Paulo entendia que uma vez que nosso coração e mente estão certos, nossos comportamentos irão seguir no mesmo caminho.

Com a finalidade de consertar problemas do coração e da mente, Paulo prescrevera oração primeiramente. Os cristãos têm uma visão errada do que seja a oração. Nós vemos a oração como um modo de convencer Deus a mudar o mundo e encaixá-lo de acordo com nosso pensamento, quando na realidade o propósito de se orar é o de mudar nosso coração e mente para aceitarmos o plano de Deus para o mundo. A oração retira a tensão causada pela ansiedade que advém de acharmos que as coisas não acontecerão do jeito que esperamos e a substitui pela paz que vem de saber que Deus está no controle de cada situação.

A segunda prescrição de Paulo recai em cultivar uma nova atitude e um novo pensamento. Se nos devotarmos com o intuito de alcançar a incrível lista de coisas boas que Paulo dá no versículo 8, desenvolveremos a mente de Cristo. Nós começaremos a ver o mundo através dos olhos de Deus. As coisas que antes pareciam tão importantes e que nos causaram tanto sofrimento e tensão parecerão de repente insignificantes e pequenas. Esta nova atitude deveria ser a marca de qualquer cristão e deveria influenciar cada aspecto da nossa vida. Ao mudarmos nosso coração e nossa mente, iremos também mudar nossas vontades, emoções e comportamentos.

O ponto principal é que Deus não promete retirar a tensão da nossa vida completamente. Lembre-se de que um pouco de tensão é saudável. Ela faz com que nossa vida continue tiquetaqueando como um relógio ou ressoando como as notas limpas e claras das cordas de um violão. Aquilo que Deus promete, ao entregarmos nosso coração e mente a Ele, é nos proteger com Sua paz contra os males da tensão em exagero. As promessas de Filipenses 4 são: que tanto a Paz de Deus quanto o Deus da Paz irão nos guardar, nos guiar, e nos proteger.

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