O livro de Isaías contém uma profecia sobre uma impressionante criança em seu capítulo 9:
Contudo, não haverá mais escuridão para os que estavam aflitos. No passado ele humilhou a terra de Zebulom e de Naftali, mas no futuro honrará a Galiléia dos gentios, o caminho do mar, junto ao Jordão. O povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz. Fizeste crescer a nação e aumentaste a sua alegria; eles se alegram diante de ti como os que se regozijam na colheita, como os que exultam quando dividem os bens tomados na batalha. Pois, tu destruíste o jugo que os oprimia, a canga que estava sobre os seus ombros, e a vara de castigo do seu opressor, como no dia da derrota de Midiã. Pois, toda bota de guerreiro usada em combate e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, como lenha no fogo. Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isso.
Isaías 9:1-8
Para os cristãos, não há dúvidas sobre quem é a criança profetizada nesses versos. O Evangelho de Mateus, em seu capítulo 4, aplica claramente essa profecia a Jesus:
Quando Jesus ouviu que João tinha sido preso, voltou para a Galiléia. Saindo de Nazaré, foi viver em Cafarnaum, que ficava junto ao mar, na região de Zebulom e Naftali, para cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías: "Terra de Zebulom e terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios; o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz". Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".
Mateus 4:12-18
Contudo, uma vez que os judeus ainda hoje não aceitam a Jesus como o Messias prometido nas Escrituras Hebraicas (o nosso Antigo Testamento), eles afirmam que na verdade essa profecia de Isaías se aplica ao rei israelita Ezequias, que buscou a Deus de todo o seu coração, reinstituiu a celebração da Páscoa em Israel, combateu a idolatria e purificou o Templo. Três principais objeções são levantadas contra o cumprimento dessa profecia em Jesus, as quais analisaremos a seguir.
1. O texto de Isaías está mal traduzido?
Segundo os judeus, o texto de Isaías 9 está mal traduzido nas Bíblias cristãs. Parte do texto original, que teria sido adulterado pelos cristãos, na verdade diz o seguinte:
“Pois nasceu entre nós uma criança, um filho nos foi dado. E sobre seus ombros foi colocada a autoridade; e por isso [Ele, o] Maravilhoso Conselheiro, D’us Poderoso e Pai eterno chamou seu nome, Governante da Paz.”.
Isaías 9:6
Assim, o texto de Isaías não estaria atribuindo características divinas à criança que nasceria. Os termos Maravilhoso conselheiro, Deus forte e Pai eterno [ou da eternidade] se refeririam a Deus; o único predicado atribuído à criança que nasceria seria ‘Principe [Governante] da Paz’.
Contudo, essa alegação não possui fundamento sólido. A própria tradução da Jewish Publication Society (1917) assim traduziu o texto:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome é maravilhoso no conselho, é Deus Forte, o Pai eterno, o Príncipe da Paz.”.
Isaías 9:6
A Bíblia Judaica Completa, tradução judaico-messiânica de David H. Stern (publicada no Brasil pela Editora Vida), baseada em parte na tradução da Jewish Publication Society, assim traduz o texto de Isaías 9:
“Pois uma criança nasceu para nós, um filho nos foi dado; o domínio repousará sobre os seus ombros, e a ele será dado o nome Pele-Yo’etz El Gibbor Avi-‘Ad Sar-Shalom [Maravilha de Conselheiro, Deus Poderoso, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz].”
Isaías 9:6
Além de Isaías 9, outros textos bíblicos afirmam que o Messias seria o próprio Deus (o que com certeza não poderia ter se cumprido na pessoa do rei Ezequias):
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“‘Dias virão’, declara o Senhor, ‘em que levantarei para Davi um Renovo justo, um rei que reinará com sabedoria e fará o que é justo e certo na terra. Em seus dias Judá será salva, Israel viverá em segurança, e este é o nome pelo qual será chamado: O Senhor [Yahweh] é a Nossa Justiça’”
Jeremias 23:5-7
“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”
Miquéias 5:2
“Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram [Deus está falando]; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito.”
Zacarias 12:10
2. O texto não é messiânico?
Uma outra objeção judaica é que a profecia de Isaías não tinha a intenção de ser uma profecia sobre o Messias, e que essa foi uma apropriação indevida por parte dos cristãos. Contudo, antigas fontes judaicas aplicaram Isaías 9 ao futuro Messias.
O Targum de Isaías afirma:
“Disse o profeta para a casa de David: Porque um menino nasceu e um filho nos foi dado, ele recebeu a Torá para si, para guardá-la; e o seu nome é chamado desde a eternidade: Maravilhoso Conselheiro, Elaha (Elohim) Forte, que vive eternamente, o Mashiach, do qual a paz será grande sobre nós em seus dias.”
Perek HaShalom; Números Rabbah XI:16–20 também declara:
“Rabino José, o Galileu, diz: ‘O nome do Messias também é ‘paz’; como está escrito: ‘Deus, o poderoso, o Pai eterno, o governante da paz.’”
3. Jesus não trouxe a paz?
Uma última alegação sobre Jesus não poder ser o cumprimento de Isaías 9 é que Jesus não trouxe uma era de paz sem fim sobre o mundo, conforme a profecia de Isaías 9. Não houve paz sem fim sobre o trono de Davi, e um governo de justiça e retidão.
Contudo, o mesmo pode ser dito a respeito do reinado de Ezequias! O sucessor de Ezequias foi seu filho Manassés, um dos mais ímpios reis que já governaram os judeus. Idólatra, praticante de feitiçarias, traidor, assassino, um homem que fez a nação inteira se desviar da adoração verdadeira. Com certeza não houve ‘paz sem fim’ sobre o trono de Davi após Ezequias.
Mas e quanto a Jesus? Enquanto a primeira vinda de Jesus cumpriu as profecias que falavam sobre a morte e ressurreição do Messias (Salmo 22, Isaías 53, Daniel 9, Zacarias 12 etc.), quando Jesus vier pela segunda vez cumprirá as profecias que falam sobre o estabelecimento de um reinado de justiça e paz eterna (Salmo 72, Isaías 11, Jeremias 23, Zacarias 14 etc.).
Para participarmos desse reinado eterno, precisamos hoje receber a Jesus como o Messias prometido, o Salvador, crendo que Ele morreu na cruz por nossos pecados e pode nos ofertar o perdão e a vida eterna.
Você já recebeu o Senhor Jesus em sua vida?
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